Buscando dicas para a sua viagem, quantos dias ficar e quais passeios fazer no Deserto do Atacama? Continue lendo essa matéria que está especial!
Cidade base para as aventuras
A cidade de San Pedro de Atacama, localizada a 2.408m de altitude na região de Antofagasta no Chile, respira turismo e recebe muito bem os seus visitantes. Ela serve de base para todas as aventuras, dispões de ampla rede hoteleira, várias opções de agências de turismo e grande diversidade de restaurantes. Tem um ar bucólico com suas ruas em terra batida e vegetação típica de altiplano.
Como chegar em San Pedro de Atacama
Começamos nossa viagem no dia 17 de maio de 2016 com um voo de Guarulhos para Calama, com conexão em Santiago. Para irmos de Calama para San Pedro de Atacama, nós fechamos o transfer de ida e volta com a Viação Licancabur, eles saem do aeroporto e te levam até seu hotel, a viagem dura cerca de 1:30 a 2h.
Chegamos em San Pedro no final da tarde, o caminho foi incrível, pois realmente nos sentimos no deserto que víamos em fotos e na TV.
Já havíamos feito reserva no Hotel Altiplánico (através do Booking.com) e quando chegamos ficamos maravilhados com a beleza rústica do lugar e o conforto que eles oferecem aos hóspedes.
Mais informações sobre o hotel podem ser encontradas no final desse artigo.
Saímos para conhecer o centrinho que é a Calle Caracoles e as ruazinhas que saem dela – são todas um charme! De jantar comemos uma empanada frita bastante grande e um sanduíche de presunto, tomate, azeitonas pretas e abacate (palta), tudo muito gostoso no restaurante Tierra Todo Naturale.
Quais passeios fazer no Deserto do Atacama
Nós fechamos todos os passeios com a agência Ayllu e nos baseamos nos relatos do blog Um Viajante para escolhermos o que iríamos fazer. É muito comum o pessoal aproveitar para fazer a excursão para o Salar de Uyuni, na Bolívia, devido à proximidade, mas nós não tínhamos dias suficientes para isso.
Optamos por fazer os seguintes passeios:
- Lagunas Cejar, Ojos de Salar e Laguna Tebinquiche
- Laguna Tuyaito
- Lagunas Altiplánicas e Salar de Tara
- Laguna Legia e Vulcão Lascar
- Geyser El Tatio e Termas de Puritama
- Valle de la Luna, Piedra del Coyote e Valle de la Muerte
- Tour Astronômico (não conseguimos fazer, explico o porquê mais abaixo)
Quantos dias ficar no Deserto do Atacama
Ficamos um total de 8 dias viajando, levando em conta que são cerca de 10 horas de deslocamento para ir e mais 10h para voltar, somando-se todos os trechos.
Esse período não será suficiente caso você queira fazer também a expedição para o Salar de Uyuni, na Bolívia. Para essa expedição, o pessoal da agência pede para acrescentar 3 dias na viagem.
O que levar para o Deserto do Atacama
Temos um post dedicado a isso, clique aqui para saber mais!
Dia 1 – Laguna Cejar, Ojos de Salar e Laguna Tebinquiche
Fizemos nosso primeiro passeio que começou com uma parada na Laguna Cejar para apreciarmos a vista e também entrarmos na água super salgada! Foi uma experiência muito legal, pois pela primeira vez tive a sensação de não afundar mesmo sem estar nadando ou boiando!
Mas, como tudo tem os dois lados… a sensação de sal na pele depois que se sai da água é horrível, fica tudo meio craquelado e já é legal seguir direto para as duchas de água doce que tem perto dos vestiários – aliás nesse momento não fique enrolando para entrar na ducha, entre de uma vez, pois a “bichinha” é gelaaaaaaaada! Kkk
Um conselho que deixo aqui para a mulherada principalmente (ou homens de cabelo comprido) é não molhar os cabelos nessa água salgada, pois além de dar uma bela ressecada, tem que lembrar que logo depois já começa a esfriar bastante e não dá tempo do cabelo secar completamente… Ah, outro conselho (esse dado pelo guia mesmo) é que não se deve deixar essa água salgada ter contato direto com os olhos e ouvidos, então vale um cuidado extra, já que no nosso caso foi só o começo da viagem!
Ojos de Salar
Logo depois seguimos para o Ojos de Salar, que também é uma lagoa de água salgada, porém com uma concentração de sal bem mais baixa, então na verdade quem quis se aventurar a dar um pulão nessa lagoa, já aproveitou para tirar o sal do corpo da lagoa anterior ali mesmo.
E nessa não dá pra entrar de pouquinho, já que a lagoa fica uns 3 metros mais baixa que o nível do solo. Não me aventurei mesmo…até porque o sol já estava começando a baixar e a temperatura caindo drasticamente. Deixei pro maridão se divertir! Rs
Laguna Tebinquiche
Para fechar o dia, nós fomos para a Laguna Tebinquiche para contemplar o por do sol, extremamente lindo… fiquem com a imagem, pois não tenho palavras tão dignas para descrever isso:
Daí como se já não bastasse o dia ter sido incrível, quando a noite chega os guias nos chamam para perto dos carros, onde já armaram uma mesa linda com aperitivos e nos ensinam a fazermos nosso próprio Pisco Sour com rica-rica, uma plantinha local de sabor bem gostoso (não achei parecida com nada para poder comparar).
Final do dia foi com um jantarzinho no hotel mesmo, banho e cama, afinal no dia seguinte as 4:30h estaríamos de pé para o próximo passeio.
Dia 2 – Laguna Tuyaito e foto clássica no meio da estrada
Dia 19 de maio tem início bem cedinho e quando é 5h já estamos prontos esperando a van passar no hotel para nos pegar. Após uma viagem de cerca de 1:30h e com direito a uma vista deslumbrante do amanhecer chegamos em um lugar lindo, mas ventava tão gelado que até doíam os dentes na hora de sorrir para a foto! Kkk
Paramos em frente a uma lagoa semi congelada, tiramos umas fotos e apreciamos bastante o lugar, porém devido a ventos muito fortes não foi possível armarmos a mesa para tomar o café da manhã, seguimos mais adiante e conseguimos um lugar bem legal para armar nossa mesa, com direito a Nutella, ovos mexidos, café, chá… hummm, tudo de bom!
O passeio durou a manhã toda e começo da tarde, almoçamos na Ayllu mesmo (uma delícia de comida por sinal) e voltamos para o hotel. Aproveitamos para descansarmos um pouco a tarde e depois fomos para o centrinho bater perna, comprar algumas coisinhas para consumir no hotel (água, vinho e aperitivos) e ficamos pelo centro para jantarmos.
Dia 3 – Lagunas Altiplánicas e Salar de Tara
Conseguimos dormir um pouquinho a mais! A van saiu as 8:30h e a turma foi a mesma do dia anterior, foi bem legal seguir com praticamente a mesma turma por quase todos os passeios! Os lugares que passamos são todos muito lindos e que baita vento que fez durante o dia todo, foi um desafio para as meninas usarem o banheiro inca…kkk. Sabe como é né… nessas horas tem que avaliar muito bem a direção do vento para conseguirmos sair com a roupa ilesa… rs
Que maravilha da natureza as Lagunas Altiplánicas! Fiquei encantada com o azul da Laguna Miscanti e a vista que se tem ao fundo…
Que perfeição que é a Pedra do Índio, vale a pena ficar um tempinho ali olhando os detalhes! Repare no topo dessa pedra aqui embaixo!
Salar de Tara
Mais tarde, chegando no Salar de Tara, que cenário! De um lado as catedrais e de outro o salar, perfeição da natureza, um dos lugares mais bonitos que já estive e com certeza uma das minhas melhores fotos.
Pra fechar um passeio tão maravilhoso, nada como um almoço bem gostoso com vista para o salar e seus flamingos! Só para se ter ideia de um almoço ao ar livre com a Ayllu, eles serviram arroz a grega com peito de frango e vinho para tentar nos aquecer um pouquinho. O papo com a turma e o guia durante o almoço foi ótimo e o dia totalmente inesquecível.
Depois disso fomos para o hotel, jantamos algo leve por lá mesmo, nada de vinho e fomos pra cama cedo, pois no dia seguinte teríamos um super desafio pela frente… a subida do Vulcão Lascar!
Dia 4 – Laguna Legia e Vulcão Lascar
O dia 21/05 começou cedo, o Mike (guia e sócio da Ayllu) passou para nos pegar no hotel as 5:40h, depois passou na agência para pegar o Marcelo (camera man) e o José (apresentador) ambos de um programa de aventuras da TV costa-riquenha, foi uma equipe e tanto para a subida. Seguimos por um longo caminho, sob a luz de uma lua cheia incrível e na sequência assistindo a um amanhecer magnífico.
Chegamos a Laguna Legia e tomamos nosso café da manhã debaixo de um vento absurdo, mas conseguimos comer – precisávamos, pois o que estava por vir exigiria muito de nós. Conhecemos uns espanhóis que estavam numa L200 (picape da Mitsubishi) e eles nos deram uma carona até mais adiante, onde o carro da Ayllu não conseguia mais subir. Começamos então a subir, a técnica ensinada pelo Mike é dar passos bem curtos (o calcanhar de um pé vai logo a frente do outro pé, sem dar espaço), apoiando-se bem nos bastões e respirar bem profundo pelo nariz, soltando pela boca. O “trem“ é puxado viu!
Começando a sofrer com o mal da altitude (soroche)
No começo foi mais tranquilo, mas conforme fomos ganhando altitude comecei a sentir os efeitos chatos. A partir daí tontura e enjoo foram meus fiéis companheiros de subida também… ☹
Foi bem difícil mesmo para mim – e olha que não sou sedentária! Fizemos algumas paradas para hidratação e comida, foi difícil comer tendo ânsia o tempo todo, mas consegui, fiz um esforço que achei que não era capaz naquele momento.
Ventos muito fortes vem com tudo pela lateral e temos que nos curvar para conseguir ficar de pé… eu tinha tanto medo desses ventos que agarrava meu marido bem forte, a sensação é que se eu ficasse sozinha sairia voando… e não, não sou uma menina tão levinha assim! rs
Eu já tinha colocado na minha cabeça que chegaria ao topo, mas o apoio da equipe e do Mike foi fundamental. Outra coisa que acho muito louco é o apoio e o carinho que recebi da galera que estava descendo e viu que eu estava com bastante dificuldade, incrível esse clima de parceria no montanhismo!
Continuamos na árdua tarefa de continuar subindo até que o Mike nos pediu para largarmos os bastões e darmos os próximos passos de mãos dadas…É isso!!! Chegamos ao topo!!!
Chegando no topo do Vulcão Lascar
Muita emoção, não deu para conter as lágrimas por ter vencido um desafio daqueles! Difícil foi aproveitar o cume, pois o frio e o vento lá estavam quase impossíveis de aguentar, eu disse que parecia estar fazendo uns -200oC, mas na realidade a temperatura que o termômetro mostrava era de -12 oC.
Uma olhadinha para dentro da cratera de 750m de diâmetro e lá estava o que sempre imaginamos, fumacinha saindo de vários lugares e um leve cheiro de enxofre no ar – simplesmente INCRÍVEL! Mas, perái, cadê os dedos da minha mão?? Nesse momento ocorreu esse diálogo:
Letícia – Cá, não sinto meus dedos… doem muito, não consigo mexer… será que estão roxos? Será que vão cair?
Cassio – Você está louca? Não é assim tão rápido que acontece! Kkkkk
Graças a Deus meus dedinhos estavam intactos… ufaaaaa! Mas que doeram demais e só esquentaram depois que chegamos no carro isso é verdade! Rs
Ahhhh, descer é fácil! Será?
Era chegada a hora de descer e o que eu não imaginava nem um pouquinho é que estava chegando o momento mais difícil para mim. Extremamente íngreme e com pedrinhas todas soltas, pra mim foi muito difícil descer, mesmo com os bastões. O pior era a pressão para descer rápido, pois o vento que já estava forte só iria piorar dali pra frente.
Vai Letícia, vamos tentar mais rápido! Caí…mas levantei e continuei, porém devagar… Preciso ir mais rápido… Caí de novo, daí já entrei em desespero por ainda faltar muito, precisar ir rápido e não conseguir. Não conseguia parar de chorar.
Todos me ajudando o tempo todo, o Marcelo ia na frente pra me ensinar como fazer e mostrando o caminho e o Cassio (meu marido) bem atrás me ajudando e segurando nas rajadas de vento mais fortes. Até que o Mike voltou para me ajudar. Pegou minha mochila, me segurou firme pelo braço e começamos a descer correndo e o tempo todo ele me animando, dizendo que eu conseguiria, que podia contar com ele, que chegaríamos sãos e salvos lá embaixo e também dizendo: Pensa no banho quente que está te esperando no hotel!
Sem a ajuda do Mike eu não teria conseguido, pelo menos não a tempo de escapar dos ventos mais fortes que começariam a partir das 14h. Nesse momento você entende e fica muito feliz por ter um guia tão experiente e tão capacitado para ajudar as pessoas num momento tão complicado, como o que eu senti na pele aquele dia.
Ufa, chegamos no carro que já estava com o aquecedor ligado e consegui ir me acalmando aos poucos, foi uma loucura de sentimentos e pode ter certeza de que valeu muito a pena sentir cada um deles. Que dia intenso e inesquecível! Desafio cumprido!
Claro que depois de tudo isso ficamos relaxando no hotel e só saímos bem mais tarde para jantar lá no centrinho. Comemos uma deliciosa pizza na Pizzeria El Charrua – pequena, dispõe de apenas algumas poucas mesas, mas vale a pena a espera!
Dia 5 – Geyser El Tatio e Termas de Puritama
E o novo dia nem amanheceu ainda e já estamos dentro da van para irmos conhecer os famosos Geysers. Um tempinho de viagem até o local até que chegamos na portaria do parque e a informação é a seguinte:
Está fazendo -9 oC, agasalhem-se!
Caraca, que frio é esse??? Mas vamos lá, que o mais lindo está por vir! Quando olhamos para o lado nos deparamos com aquele monte de fumacinha saindo de vários buracos na terra – era como sempre vimos em desenho animado! Rs
Fiz vários vídeos e tiramos muitas fotos legais, muito show! O sol foi esquentando e o clima foi ficando bem mais agradável. Foi o primeiro café da manhã ao ar livre que não estava ventando, foi demais! O pessoal super legal, a mesa linda muito bem arrumada e até demos uma entrevista para o José com o Marcelo filmando! Rs
Nesse parque também tem piscina termal, mas como ainda íamos conhecer o Termas de Puritama, preferimos deixar para nos banhar lá. Fora que quase não tinha mais espaço para ninguém de tão lotada que estava a piscina do parque hoje.
Voltamos ao hotel, tiramos um pouco do excesso de roupas e fomos almoçar no centrinho – escolhemos o restaurante Bendito Desierto e nos demos bem, a comida estava bem gostosa!
O passeio da tarde para o Termas de Puritama (Puri=água/ Tama=quente) foi muito relaxante! Apesar de fazer frio a água é tão transparente e tão quentinha que não dá vontade de sair nunca mais. Saindo da água (e aí peeeeeeensa num frio! Rs) o guia estava nos esperando com uma mesa linda com ceviche fresquinho e vinho branco! Foi uma tarde simplesmente maravilhosa!
Que dia incrível, mas que cansaço! O corpo já estava pedindo arrego e resolvemos obedecê-lo… fomos para o hotel descansar e depois saímos só para comer algo e voltamos rapidinho para dormir mais cedo.
Dia 6 – Valle de la Luna, Piedra del Coyote e Valle de la Muerte
Dia 23/05 tem início mais tarde para nós… ufaaaaa, pelo menos um dia! Rs. Hoje o passeio era só a tarde, o último passeio dessa viagem incrível. Almoçamos pelo centrinho e então fomos para a agência, de onde partiria a van.
Conhecemos o Valle de la Luna, a Piedra del Coyote e o Valle de la Muerte. Todos os lugares que fomos são muito legais, mas o maior destaque vai para a foto tirada na ponta da Piedra del Coyote – quando vai chegando no lugar certo pra foto ficar legal, a vista que se tem é muito linda, mas que altura!!! E olha que não temos medo hein, acho que quem tem não consegue nem chegar perto…
Outro destaque foi o por do sol no Valle de la Muerte e a mesa de aperitivos com vinho tinto que a Ayllu já tinha preparado para nós! Novamente a turma em que estávamos foi muito divertida! Valeu tudo muito a pena, mas é chegada a hora de dar tchau para esse lugar de outro mundo!
Sobre o Tour Astronômico
Vale comentar que fomos em período de lua cheia o que nos impossibilitou de fazer o Tour Astronômico… porém, tivemos o imenso prazer de caminhar todas as noites sob a luz do luar e com o céu lotado de estrelas! Sério, coisa mais linda! Não precisávamos de lanterna. Caminhávamos cerca de 1km do hotel para o centrinho, quase todas as noites.
Informações Gerais
Quanto custou fazer essa viagem de 8 dias, valores por pessoa (na época o dólar médio estava cerca de R$3,55):
Passagem
Utilizamos milhas e pagamos somente as taxas dos aeroportos, na época ficou assim:
48.000 milhas + R$553 (ida e volta do casal) – LATAM (cerca de USD156 apenas de taxas)
Transfer
Licancabur – do Aeroporto de Calama para o Hotel Altiplánico (ida e volta):
USD28/pessoa
Hotel Altiplánico
USD1.176/casal – (USD147/diária)
Passeios
Com a agência Ayllu – fechamos todos os passeios com eles por e-mail, pagamos antecipado 10% do valor e o restante quando chegamos lá, tudo muito tranquilo, pois são muito responsáveis e fazem um trabalho bastante sério.
USD800/pessoa (todos os passeios, incluindo o Vulcão Lascar por USD250)
Total por pessoa aproximado
USD2.044/pessoa (lembrando que as passagens foram compradas com milhas)
Gastos com alimentação são bastante pessoais, nós por exemplo em alguns dias optamos só por petiscar, em outros dias vamos a restaurantes e pizzarias normais, mas sempre reservamos um dia para ir a um lugar mais bacana. Assim conseguimos conhecer vários lugares e comidas que o país/cidade oferece, destinando um valor justo para isso. Sempre nos baseamos nas avaliações do Trip Advisor e também alimentamos a plataforma com informações, para ajudar aos próximos visitantes.
Desejo a todos uma ótima experiência no Atacama e ficarei feliz se puder ajudar com mais alguma informação!
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