Bora acordar que hoje é dia de trilha para o Pico do Papagaio!

Início de dia congelado, mas a Nutella não! 

Acordamos com tudo congelado em volta, a geada tinha sido bem intensa e com isso o gramado do camping estava todo branquinho e a barraca toda congelada por fora.

Fizemos nosso café da manhã ali na barraca mesmo, colocamos água para ferver enquanto eu preparava as bisnaguinhas com Nutella. Dessa vez a Nutella estava toda cremosa, pois deixei ela dentro do meu saco de dormir a noite toda!!! Eu hein, não tava a fim de passar por toda a sofrência que passamos com ela congelada da última vez! Kkkk

Aproveitei para também já montar o lanche para comer no pico e que decepção minha gente… ☹ Há anos que já consumo a canjica à vácuo da Vapza, assim evito a etapa de ter que cozinhá-la antes, ela é excelente!

Fui nesse mesmo pensamento e comprei o frango desfiado da Vapza. Por ser à vácuo, dispensa refrigeração, então achei perfeito para levar em um viagem! Ledo engano… não posso nem dizer que é um frango ruim, pois nem parece frango! Não tem gosto de nada especificamente, mas acaba ainda lembrando atum enlatado.

E o pior de tudo é que para mim e para o Cassio, atum enlatado é extremamente indigesto. Sofremos com essa COISA vendida como frango desfiado… ecaaaaaaaaa! Serviu para aprender a sempre ter um plano B. Dessa vez não tínhamos, então tivemos que encarar esse recheio zuado mesmo no nosso lanchinho.

Preparo para o início da trilha para o Pico do Papagaio

Fomos guardando (na realidade socando) tudo dentro do carro para nos prepararmos para o início da trilha. Ela começa ali mesmo no camping, por uma saidinha atrás dos banheiros. Já tínhamos baixado a trilha do Wikiloc no nosso GPS e também no celular.

Como somos acostumados a nos guiar por GPS e praticamos montanhismo há anos, não sentimos a necessidade de contratação de guia.

Nunca contamos só com a nossa experiência, pois não se sabe o que a natureza nos reserva, então sempre levamos o Spot Gen conosco e vamos avisando nossos familiares quando chegamos a alguns pontos.

Se você não tiver o Spot, para essa trilha não há tanta necessidade, pois há sinal de celular em alguma partes da trilha e no cume.

O frio estava pegando. Quando acordamos estava marcando 0^oC e não havia mudado nada até as 7:30h, hora que iniciamos a subida. O início é marcado por subidas bastante íngremes, então não demorou muito para o corpo se aquecer e logo começarmos a tirar os casacos e luvas. Daí a importância se vestir em camadas.

O que vestir para a trilha do Pico do Papagaio

• Top e segunda pele
• Fleece
• Casaco de pluma (ou outro bem quentinho)
• Anorak (no caso de tempo chuvoso – o que é raro no período de inverno) – nem usamos
• Calça térmica (usei uma legging de corrida da Kalenji)
• Luva
• Gorro
• Meias para trekking
• Bota ou tênis para trekking – já amaciado

Subida, subida e mais subida

A subida não dá trégua por um longo trecho. É realmente bem puxada, mas aos poucos seguindo em ritmo lento, porém constante, fui vencendo as intermináveis subidas super íngremes. Mais pra frente, não sei ao certo depois de quanto tempo, as subidonas começam a intercalar com partes quase planas. Também tem algumas descidinhas e subidas bem menos exigentes, ajuda a recuperarmos o fôlego sem ter que ficar parando tanto para descansar.

Único ponto de água 

Após 1:30h de caminhada chegamos ao único ponto de água da trilha, é um córrego com a água cristalina, geladinha e deliciosa. Sendo assim, aproveite aí para abastecer as garrafinhas – esse córrego está indicado com uma placa dizendo se tratar de água potável.

Minutos depois de cruzar esse córrego, você chegará ao Portal dos Papagaios, uma formação rochosa muito bonita.

Áreas de camping ao longo da trilha para o Pico do Papagaio

Cerca de 15 minutos depois desse Portal, chegamos a área de Acampamento 1, bastante ampla, cabem várias barracas – o bom é que fica a aproximadamente 30 minutos do ponto de água.

Mais 30 minutos de caminhada e chegamos a área de Acampamento 2, bem ampla também e aos pés do Pico do Papagaio.

O cume do Pico do Papagaio

Com mais 50 minutos, somando um total de 3:30h de caminhada, chegamos ao cume do Pico do Papagaio, a vista do entorno é deslumbrante no auge dos 2.100m de altitude.

Comemos nosso lanche (super eca com aquele franguinho sem-vergonha da Vapza). Curtimos o cume, demos uns pedacinhos de comida pra Pretinha (cachorrinha que sempre está por lá), tiramos várias fotos. Tentamos identificar alguns outros picos da região (mas esquecemos o binóculo ☹) e após 40 minutos nos preparamos para começar a descer.

Dica para a descida da trilha do Pico do Papagaio

Corte as unhas dos pés! Como a descida é super íngreme em boa parte do retorno, se as unhas não estiverem devidamente aparadas, vão incomodar pra caramba! As minhas estavam direitinho, não tive problemas com isso.

Descemos até o Portal dos Papagaios em 1 hora e em mais 1 hora já estávamos chegando no camping para desmontar a barraca, terminar de socar tudo dentro do carro e seguir viagem para casa.

A trilha para o Pico do Papagaio foi bem exaustiva, mas muito recompensadora. Em vários momentos eu sofri bastante com as subidas muito fortes, mas me concentrei para reunir todas minhas forças e não parar.

O que levar para comer

• Carb-up (gosto muito do tipo de energia que ele fornece e o pouco espaço que ocupa)
• Biscoito de sua preferência
• Paçoca/ Pé de moleque
• Chocolate
• Lanche para comer no cume

Quantidade de água

Dá pra iniciar a trilha com cerca de uma garrafinha cheia por pessoa e abastecer cerca de 2L/pessoa no córrego (não precisa utilizar Clorin).  Com essa quantidade dá pra se hidratar corretamente, sem ter que ficar racionando o consumo.

No retorno, dá pra abastecer com cerca de 1L/pessoa para encarar mais 1:20h do trecho final da caminhada até o camping. Isso considerando que ficamos no Camping O Panorâmico.

Levando em consideração que fizemos a trilha num dia bem frio. O ideal é levar mais água para dias quentes.

Acertos

• Uso do bastão de caminhada – ajudou muito a não sobrecarregar meus (sofridos) joelhos
• Mochila de hidratação com capacidade para 3L
• Descer seguindo uma cadência, sem ficar segurando o corpo, para não forçar demais o quadríceps (coxa)

Erros cometidos

• Esqueci um pacote de biscoito no carro, com isso ficamos super limitados de comida – na subida tivemos apenas 1 carb-up pra cada um e na volta 1 Kit Kat a ser dividido pelo casal
• Deixei para provar um produto novo, sem ter um plano B – fomos obrigados a comer uma coisa que não dava o mínimo apetite e rendeu uma bela azia nos dois
• Uma mochila de 16L + mochila de hidratação = fomos com as coisas muito socadas dentro (notamos que precisamos comprar uma mochila de ataque de aproximadamente 35L)
• Levamos muita água e bebemos pouca – carreguei excesso de peso e não me hidratei o suficiente

Informações gerais

Percurso: 11km

Duração: 6:30h ida e volta (em ritmo lento na subida)

Altitude: 2.100m

Dificuldade: média/difícil

Onde parar para um lanche delicioso na volta

Deixamos para comer na estrada, pois estávamos com vontade de comer um lanche, daqueles bem servidos, sabe? Lanche raiz mesmo, nada de lanchinhos todos goumetizados… rs

Como estava tendo festa na cidade, passamos em uma lanchonete que devido ao grande números de pessoas, já estava sem pão para fazer lanche e como as padarias estavam fechadas, não tinha como providenciar mais.

Pegamos a estrada com fome mesmo, beliscando um saquinho de chips de banana que havíamos comprado no Armazém Macieira – uma delícia por sinal.

Fomos encontrar uma lanchonete (queríamos algo no nosso caminho, beira de estrada) na cidadezinha de Pouso Alto, que é cortada pela BR 354, que decisão maravilhosa! Matou a nossa fome com louvor, o local se chama Mega Lanche, vale muito a pena parar lá! Comemos 4 lanches (dois de linguiça e dois de pernil) e dividimos um refri – a conta ficou em R$32.

Seguimos viagem para casa cansados, porém muito felizes! ?

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Até mais!