Tudo começou com a ideia de fazermos uma viagem para um lugar tranquilo para comemorarmos nosso aniversário de casamento. Somos apaixonados pela Serra da Mantiqueira, então começamos a buscar por uma cidade que ainda não conhecíamos, para fazer uma trilha que ainda havíamos feito. Acabamos escolhendo o Pico do Marinzinho, aí ficou faltando escolher a cidade.
Encontramos a cidade de Delfim Moreira (Sul de Minas, região de Itajubá) e através do Booking nos interessamos pela Pousada Off-Road – A Casa da Montanha.
A pousada é um espetáculo à parte, fica no alto de uma montanha e tem uma vista incrível!
Os proprietários são pessoas extremamente acolhedoras, educadas, simpáticas, daquelas que valem a pena conhecer e bater um papo por horas! O Marlon e sua mãe Jeanette fazem de tudo para que fiquemos à vontade, realmente a sensação é de estar sendo muito bem recebido na casa deles e não numa pousada. Simplesmente DEMAIS!
Trilhas pelas proximidades da Pousada A Casa da Montanha
No dia que chegamos aproveitamos para conhecer as trilhas para as cachoeiras da Fazenda Boa Esperança que fica na mesma propriedade da pousada. Quem toma conta do local, que conta com um restaurante delicioso, é o pai do Marlon.
As trilhas para as cachoeiras são bem tranquilas e rápidas, podendo ser feitas por pessoas sem preparo físico numa boa. E as cachoeiras são bem bonitas, vale muito a pena caminhar para encontrá-las.
Aproveitamos para fazer tudo num ritmo bem lento para poupar o “corpitcho”, pois no dia seguinte já iríamos encarar o Pico do Marinzinho (2.432m) e sabíamos que a trilha lá era bem íngreme, longa e com trechos de escalaminhada.
Aproveite para comprar o que precisa em Itajubá
Como tínhamos tempo e não queríamos nos cansar, aproveitamos para conhecer a região de carro e fomos até Itajubá, que por ser a maior cidade daquela região, tínhamos certeza que encontraríamos um mercadinho para comprar uns snacks para levar na trilha.
Encontramos um supermercado bem legal na entrada da cidade e compramos alguns itens:
- Pão de forma
- Salaminho italiano
- Cream Cheese
- Chocolate
- Mix de castanhas com frutas secas
- Vinho (para tomar a noite mesmo – na trilha não!!! Kkkk)
Curtimos bem a noite extremamente estrelada, tomamos um vinho e dormimos cedo, para acordarmos às 5h na manhã seguinte, pois havia uma hora de distância da Casa da Montanha até a Pousada do Maeda em Marmelópolis. O Marlon nos indicou que antes de começarmos a trilha, passássemos na pousada para conversar com o Maeda pra falar melhor sobre o caminho.
Indo para Marmelópolis para encarar o desafio do Pico do Marinzinho
O Seo Maeda é um espetáculo à parte! Montanhista das antigas que escolheu a Mantiqueira para passar sua vida e cuidar da região e das trilhas do local. E pensa num cara simpático logo as 6:30h da manhã! Ah, com certeza eu vivo para conhecer gente assim! 🙂
A Pousada e Camping Maeda fica bem pertinho do início da trilha para o Marinzinho, então também é uma ótima ideia ficar hospedado ou acampado por lá para conhecer as trilhas da região.
Na realidade tínhamos ido com a intensão de subir o Marins, mas conversando com o Seo Maeda, seguimos a indicação dele para subirmos o Marinzinho que tem praticamente a mesma altitude, sendo ainda cerca de 10m mais alto e daria uma vista linda para o Marins (isso é…se tivéssemos vista…kkkk).
Subimos com o carro até o portão de entrada para a trilha e dali organizamos as mochilas, nos ajeitamos e demos início à caminhada.
A trilha para o Pico do Marinzinho
O início da trilha é por uma estrada de terra (desativada para veículos) de subida íngreme Numa parte dessa subida, após cerca de 1h de caminhada, tem uma saída (com placa) para a esquerda que dá acesso a um ponto de água.
Mesmo a água sendo bem límpida, optamos por bebê-la com o nosso filtro portátil, pra evitar qualquer risco de contaminação.
A tão esperada (e temida) escalaminhada
Depois dessa parte de estrada larga, o caminho começa a estreitar. Após cerca de 2:30h de caminhada (desde o início da trilha), olhei para a frente e comecei a ver uma corda presa num tipo de um paredão de pedra, aí pensei:
Vixi… é agora que vamos ver se consigo fazer essa tal de escalaminhada, que até então só tinha ouvido falar…
O pior de tudo é que além da escalaminhada ser novidade para mim eu estava com uma lesão no ombro direito e claro que sou destra né! :-/
Então, a grande dúvida era se realmente eu conseguiria me segurar com o braço ruim…
Fácil não foi, mas me concentrei bastante, coloquei a maior parte do peso no braço esquerdo e fui… com medo, claro, mas fui mesmo assim! Deu certo, graças a Deus! A foto abaixo é do maridão fazendo bonito! rs
A caminhada é puxada, mas as vistas – enquanto tínhamos um pouco de tempo aberto – eram lindas demais! Que região maravilhosa essa da Mantiqueira!
Após 4:45h de caminhada, enfim chegamos no cume do Marinzinho e o tempo estava bem fechado. Já estávamos com bastante fome e precisando de um descanso mais longo, então aproveitamos para almoçar lá no pico mesmo.
Quem sabe ao longo da nossa espera, teríamos alguma melhora no tempo para vermos a vista desde lá de cima. Comemos um sanduíche de salame com cream cheese e de sobremesa, o chocolatinho.
Infelizmente mesmo após ficarmos um bom tempo lá em cima, não tivemos nenhuma brechinha para termos noção da vista, então a imagem que temos do cume é essa aqui:
Ainda bem que o mais importante da trilha é o caminho e a companhia, porque se fosse a vista, estaríamos fritos! Rs
A descida da trilha
Começamos então a descer e vou te contar que achei que seria mais fácil, principalmente na escalaminhada…mas não viu! Senti que tive que fazer muito mais força nos braços para me segurar do que na subida. Creio que a minha falta de experiência, aliada ao cansaço acumulado da subida e à lesão no ombro, ajudaram nessa percepção.
Um ponto bem importante a ser comentado é que fazia muito frio pela manhã, logo cedinho mesmo, então achamos que 1,5L de água para cada um bastaria para a caminhada total.
Ao longo do dia a temperatura foi aumentando bastante e como o esforço físico era desgastante, deu muita sede. Tivemos que racionar o consumo de água para não corrermos o risco de ficar sem.
Já quase no final da caminhada lembramos que havia água disponível naquele ponto que comentei logo no início, mas nenhum dos dois tinha pique para caminhar além do necessário.
Como ainda tínhamos um pouquinho de água e sabíamos que faltava pouco para chegar e dali pra frente era só descida, continuamos a trilha, chegamos no carro e paramos num barzinho no centro da cidade de Marmelópolis para comprarmos garrafinhas de água e um isotônico.
Olha, é uma trilha puxadinha! Fiquei com o corpo todo dolorido que mal tinha forças para caminhar do quarto para a área de refeições da pousada, comi quase caindo em cima do prato de tanto sono e cansaço… mas estava tranquila sabendo que tinha o dia seguinte inteirinho para não fazer nada!
Valeu muito a pena cada minuto da trilha e da viagem no geral, a região é incrível e só nos deixou lembranças maravilhosas e vontade de voltar!
Se encantou? Comece a programar agora a sua viagem!
Informações Gerais
Como chegar em Delfim Moreira saindo de São Paulo
Pela rodovia Dutra (sentido RJ), utilize a saída para Piquete, na cidade de Lorena/SP. Cerca de 4h de viagem (280km).
De Delfim Moreira para Marmelópolis
De carro, levamos cerca de 1h da Casa da Montanha até a Pousada Maeda. Aí, saindo do Maeda e indo para o início da trilha é rapidinho (tudo de carro).
Dados da trilha
Tempo de subida: cerca de 5h
Dificuldade: moderada a difícil
Continue lendo sobre nossas viagens! Já sabe como é a trilha para a Ana Chata, em São Bento do Sapucaí/SP?
Até a próxima! 🙂
Vinícius Montgomery
• 5 anos agoMuito bom o relato. Obrigado pelas informações. Vou tentar…
leticia.lucin
• 4 anos agoMuito obrigada, Vinícius! Espero que tenha conseguido ir! Mande notícias se puder! =)
Maria Lopes
• 3 anos agoÓtimo relato! Vcs contrataram algum guia? Tem alguma trilha menos puxada que essa?! Gosto de trilhas, mas achei essa pesada! E não queria ficar só na Fazenda …queria uma trilha de umas 4h ida e volta! Vc indica algum guia ou agência lá?
leticia.lucin
• 3 anos agoOlá Maria, tudo bem? Obrigada pelo elogio!
Olha, essa trilha realmente é bem puxadinha viu! =/
Pelo que tenho conhecimento, as montanhas ali de Marmelópolis são mais puxadinhas mesmo… além do Marinzinho, também tem o Itaguaré e Marins, mas creio que devam ser em torno de 4h somente de ida.
As trilhas mais curtas que conheço são em Monte Verde, mas aí já não fica tão pertinho de onde você estará. Como meu marido e eu costumamos ir sozinhos para as trilhas, infelizmente não conheço nenhum guia para te indicar. Boa viagem e aproveite bastante! =)
Antonio Eduardo iachstet barros
• 3 anos agoPode acampar nesse pico???
leticia.lucin
• 3 anos agoOlá Antonio, tudo bem? Poxa, não sei te dar essa informação… No ano passado fui para Marmelópolis e acampei no Dijalma, que é ao lado do Seu Maeda, que eu menciono neste relato. O Dijalma é uma pessoa incrível e talvez saiba te dar esta informação, vale muito a pena acampar na propriedade dele também. Anote o whatsapp dele (35) 9993-5606. Espero ter ajudado um pouquinho pelo menos! Obrigada pelo comentário, abraço!