fbpx

Em Rio de Janeiro

Agulhas Negras – Parque Nacional de Itatiaia

Hoje é dia de fazer cume no Agulhas Negras – Parque Nacional de Itatiaia, confira como foi nossa aventura!

 

Noite congelada

 

Após uma noite com temperaturas ao redor de -4,1°C, roncos provenientes das barracas ao lado e uivo do lobo finalmente acordamos.

Levantamos ás 6:30h com o celular despertando e esse foi o último suspiro de bateria que meu celular deu. O celular do Cá também descarregou após algumas fotinhos que tiramos logo cedo. A GoPro, como sempre, estava nas últimas, de tantas tentativas de time lapse que havíamos feito no dia anterior.

Pelo menos deu para registrar o Morro do Couto sendo iluminado pelos primeiros raios de sol e as barracas com uma fina de camada de gelo!

 

Morro do Couto iluminado com os primeiros raios de sol.

Barraca com camada de gelo no acampamento Rebouças, Parque Nacional de Itatiaia

 

Café da manhã congelado

 

Logo de cara já coloquei água para ferver para preparar um café quentinho (temos utilizado o café instantâneo pela praticidade) e fui tentar cortar as bisnaguinhas congeladas para espalhar a Nutella congelada  e tomarmos nosso congelado café da manhã! Rs

Já deu pra perceber que a missão estava sendo cumprida com certa dificuldade né? Rs. Por fim que fiquei segurando as bisnaguinhas na mão um pouco para dar uma descongelada e o pote de Nutella foi parar no banho-maria para voltar a ser pastoso!

Durante o café da manhã, já fui preparando o  lanche para comermos no pico e  também já fomos nos trocando, escovando os dentes e dando uma organizada nas coisas. Logo o guia Marco Aurélio chegaria para começarmos nossa tão desejada subida no Agulhas Negras!

Como era domingo e é difícil chegarem pessoas logo cedo para acampar, deixamos nossa barraca para desarmar no retorno, dado que ela ainda estava com a cobertura toda congelada e estávamos sem tempo.

 

Nosso guia para o Agulhas Negras – Parque Nacional de Itatiaia

 

O Marco Aurélio então nos encontrou e conhecemos também o Robson, nosso parceiro de subida! Logo nos primeiros minutos já percebemos que seriam ótimas companhias e realmente foram!

De cara já vou dizer que foi muita sorte termos escolhido o Marco para fazer o passeio, pois além de ser super preparado para trilhas e escaladas, ele tem formação como socorrista em áreas remotas, é uma simpatia, tira fotos muito bem (o que nos salvou) e é credenciado pelo Parque.

Pontualidade também é um ponto forte, então #FicaaDica e fica o contato dele aqui: (24) 99843-7164 (WhatsApp). Pagamos R$140/pessoa, metade antecipado e a outra metade no final do passeio. Dá pra seguir o Marco no Instagram também: @itatiaiatrilhaseaventuras e @marcoaurelioguia.

 

O início da trilha

 

Começamos às 7:30h (saída do Rebouças) e a trilha estava com um visual incrível devido ao caminho todo congelado, frio de lascar e o sol maravilhoso abençoando todos nós! Fizemos um alongamento básico nos braços e pernas para evitar lesões e iniciamos a caminhada.

 

Vegetação rasteira congelada, camping Rebouças.

 

Até a base do Agulhas Negras o caminho é o mesmo que leva à Pedra do Altar (até a bifurcação onde para o Altar se segue a esquerda e para o Agulhas segue reto). É um caminho bastante tranquilo, praticamente sem obstáculos e bem plano, tanto que nessa parte é legal fazer uma caminhada bem rápida, como fizemos, para o corpo ir esquentando e estar bem aquecido na fase de escalada e escalaminhada.

 

Rampas super íngremes

 

Quando se chega ao pé do maciço que dá pra começar a ter noção de como será a brincadeira! Rs

Como a rocha que compõe o Agulhas é bastante áspera, a aderência da sola da bota é excelente, o que nos permite caminhar mesmo em trechos bastante íngremes, que é o que acontece em grande parte do caminho.

Por vários momentos, caminhamos em rampas utilizando as fendas para melhor aderência e em alguns momentos, caminhei em quatro apoios (parecia uma orangotanga! Rs) só por que dava mais confiança mesmo.

 

Subindo o Agulhas Negras - Parque Nacional do Itatiaia

 

Trecho de escalada

 

Chegamos na parte que tem que usar a tão famosa cadeirinha, que sempre ouvi falar, mas nunca tinha utilizado. O Marco nos ensinou a usar o mosquetão de segurança e lá fui eu!

Eu sabia que seria difícil, pois não tenho muita força no braço para conseguir suspender meu corpo, mas como tinha a corda e o Marco segurando, deu certo! Aí foi só esperar o Cassio e o Robson subirem também para seguirmos.

 

Trecho de escalaminhada

 

Enfrentamos mais rampas e chegamos numa parte de bastante trepa-pedra, algumas partes mais estreitas e com mais dificuldade, onde novamente as dicas do Marco foram fundamentais e seguirão para a vida!

Chegamos numa outra rampa, mais difícil de subir, tanto que o Marco subiu antes, passou a corda e voltou para nos instruir. Ele fez como se fosse um corrimão com a corda, o que dá segurança para ultrapassarmos essa parte. Daí em diante, não faltava muito mais coisa não. Passamos por mais alguns trechinhos de trepa-pedras e seguimos para atingir o tão esperado cume do Agulhas Negras!

 

O cume do Agulhas Negras – Parque Nacional do Itatiaia

 

E após 2h de subida intensa, que emoção! Que incrível estar no ponto mais alto do estado do Rio de Janeiro, 5º maior pico nacional! A vista é simplesmente D I V I N A !

 

No cume do Agulhas Negras - Parque Nacional do Itatiaia

Cume do Agulhas Negras - Parque Nacional do Itatiaia

Cume do Agulhas Negras - Parque Nacional do Itatiaia

 

Mais de 30min sozinhos no cume

 

Curtimos o cume da melhor maneira que poderíamos – SÓ NÓS! Olha, não é egoísmo não viu! É que um espetáculo de vista, merecia ser contemplado com silêncio, prestando atenção em tudo o que dava para se avistar.

E não é pouca coisa não: Serra Fina, Serra do Papagaio, região de Visconde de Mauá, Serra da Bocaina – é incrível saber o quanto se vê ao longe, estando a 2.791m de altitude! Só estando lá para sentir, as fotos retratam minimamente essa sensação.

Aproveitamos o silêncio maravilhoso para além de alimentarmos a alma, alimentarmos o corpo também! Afinal, após 2 horas de esforço contínuo, a fome estava grande! Comemos uma versão diferente do lanche de sempre, dessa vez recheamos a baguetinha de parmesão com cream cheese e salaminho – show de bola!

Após uns 40 minutos que já estávamos por lá, só curtindo a vista e um solzinho, que começou a chegar mais gente. Isso significava que era hora de começar a descer, para não pegarmos tanto congestionamento na descida. Na montanha a prioridade é sempre de quem está subindo, você sabia disso?

 

Tudo que sobe, tem que descer

 

Na descida sim encontramos com vários grupos, mas foi bem tranquilo para passarmos. Na maior parte do caminho, há espaço suficiente para ultrapassagens. Encontramos uma turminha que estava com uma caixinha de som tocando sei lá o que enquanto esperavam a sua vez de subir. Peço apenas a misericórdia divina quando trombo com esse povo e me pergunto: PRA QUE SEM-OR??? Kkkk

Em todas as rampas eu preferi descer sentada, pois mesmo sem ter medo de altura, estava me dando agonia de descer rolando aquilo ali! Isso me rendeu mãos bastante sensíveis até o dia seguinte, além do fundilho da calça toda rasgado! Uai, ossos (rasgos) do ofício né!? kkk

Aquela parte que usamos a cadeirinha para subir chegou e descemos de rapel, com o Marco nos soltando. Foi bem legal a sensação, eu nunca tinha feito nada parecido.

Descendo de rapel o Agulhas Negras - Parque Nacional do Itatiaia

 

Descemos mais uma rampa bem inclinada e chegamos ao solo. Daí foi só retornar por aquela trilha bem tranquila até o Rebouças. No meio dessa trilha encontramos um casal muito simpático fazendo seu ensaio pré-casamento, estavam muito lindos e desejamos muito amor na vida deles! A Keite, guia e esposa do Marco, estava conduzindo o casal e a equipe.

Essa paradinha ali com o pessoal nos rendeu uma vista linda da lua acima do Agulhas. Como até aquela hora estávamos de costas para o maciço, ainda não havíamos notado.

 

Lua Crescente sobre o Agulhas Negras - Parque Nacional do Itatiaia

 

Levantar acampamento

 

Chegando no Rebouças foi hora de nos despedirmos da excelente companhia do Marco, pois já havíamos nos despedido do Robson pelo caminho. Seguimos para desmontar a nossa barraca já sequinha e colocar tudo no carro para voltar para a selva de pedras.

Bora que ainda tem 5h de estrada pela frente. E com tanto tempo assim dentro do carro, já foi o suficiente para irmos programando o roteiro com as próximas trilhas!

Qual será o próximo cume? Siga o Trekking Por Aí também no Instagram (@trekkingporai) e Facebook (@blogtrekkingporai) e acompanhe as novidades!

Caso não tenha visto o primeiro dia dessa aventura, confira como foi a chegada ao Parque a subida ao Morro do Couto!

Até mais! ?

 

 

Share Tweet Pin It +1

Você também pode gostar

Circuito W – Patagônia Chilena

Publicado em 10 de agosto de 2018

Parque Nacional de Itatiaia

Publicado em 6 de agosto de 2018

Conheça o Pico do Marinzinho

Publicado em 24 de setembro de 2018

Post AnteriorMorro do Couto - Parque Nacional de Itatiaia
Próximo PostAiuruoca - Serra do Papagaio

Sem comentários

Deixe seu comentário